Para imigrantes: nem sempre é saudade: pode ser solidão emocional
- marinagurgel0
- 28 mag
- Tempo di lettura: 2 min
Aggiornamento: 29 mag

Saudade da família. Do cheiro da comida. Das conversas com as amigas. Morar fora do Brasil pode ser uma das experiências mais enriquecedoras da vida - mas também uma das mais solitárias.
Muitas mulheres que decidem recomeçar em outro país carregam uma bagagem cheia de expectativas, sonhos e coragem. Mas com o tempo, vão percebendo que não é tão simples quanto parece nas redes sociais. A saudade começa a apertar, a rotina pesa, o idioma machuca. E aos poucos, aquele sentimento de "desconexão" vai tomando espaço.
Você sente saudade da família, dos cheiros, da comida, das conversas fáceis em português, do abraço da amiga, do som do teu nome dito com o sotaque de casa.
Mas às vezes não é só saudade. É solidão emocional.
A solidão emocional é diferente da solidão física. Você pode estar cercada de pessoas - no trabalho, na escola dos filhos, no supermercado - e ainda assim se sentir completamente sozinha por dentro. Isso acontece quando você sente que ninguém ao teu redor te conhece de verdade, entende o que você viveu ou consegue acessar suas emoções mais profundas.
E isso é mais comum de acontecer do que você imagina. Por você estar longe das suas raízes, por precisar ser forte o tempo todo, porque nem sempre você forma vínculos profundos rapidamente em uma nova cultura, por sentir-se culpada por reclamar de uma vida que 'parece boa', por estar tentando se adaptar, cuidar da casa, dos filhos, do trabalho...e ainda parecer bem nas fotos!
A verdade é que muitas mulheres se anulam emocionalmente para dar conta de tudo. E com o tempo, essa desconexão interna vai se transformando em tristeza, cansaço, desânimo - e até em sintomas de ansiedade e depressão.
Você não precisa viver isso sozinha! Saber identificar quando a saudade virou algo mais profundo é o primeiro passo para se cuidar de verdade. Você pode se questionar:
Possui alguém para conversar sem te julgar?
Se sente reconhecida e acolhida no lugar aonde está?
Se conecta com quem realmente é ou se adapta demais para agradar?
Se as respostas para essas perguntas forem difíceis ou dolorosas, está tudo bem. Isso não significa fraqueza - significa que você precisa de apoio.
Fazendo a terapia online com uma psicóloga brasileira que já viveu fora do país por anos e entende o que você está passando, sua cultura, sua língua e seus sentimentos pode fazer toda a diferença. A terapia é um espaço seguro para reconstruir sua autoestima, cuidar da sua saúde mental e fortalecer sua identidade.
Você pode também começar a se conectar com grupos de mulheres imigrantes, redes e rodas de conversa com outras brasileiras no exterior, dividir experiências e lembrar que você não está sozinha. Cuidar de si em pequenos rituais diários, como escrever em um diário, ouvir músicas brasileiras, preparar uma comida de infância, fazer uma caminhada ouvindo sua respiração.
Última coisa que você precisa lembrar: você pode morar fora e ainda se sentir dentro de si. Você não precisa abrir mão da sua história para pertencer. Você não precisa dar conta de tudo sozinha.
Se algo de dentro de você está pedindo colo, escute. Você merece ser acolhida com respeito, carinho e verdade.



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